quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Ética e Cidadania - 3º bimestre


Moradores de Gramado atiram gelo e comida em artistas que protestavam contra censura
O encerramento da 47ª edição do Festival de Gramado foi marcado por um protesto de artistas contra os cortes de recursos para a Cultura e contra as mudanças na Agência Nacional do Cinema (Ancine) promovidos pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL). Ao passarem pelo tapete vermelho do Palácio dos Festivais antes da cerimônia de premiação do evento, um grupo de artistas realizou o ato, que contou com uma grande faixa com os dizeres “pelo cinema” e “contra a censura”.
De acordo com o jornalista especializado em cinema Lucas Salgado, por causa da manifestação, os artistas foram alvo de vaias e tiveram jogados contra si restos de comida e pedras de gelo durante a passagem pelo tapete vermelho.
Apesar de ser palco de um dos mais tradicionais festivais de cinema do Brasil, que ajudou a transformar a cidade em um polo turística, Gramado é uma cidade politicamente conservadora. Nas últimas eleições presidenciais, Bolsonaro recebeu 82,5% dos votos válidos na cidade, contra apenas 17,5% de Fernando Haddad (PT).
Contudo, a revolta da população local contra as críticas ao presidente não abalou os artistas, uma vez que a cerimônia foi marcada por novas manifestações de resistência. Durante a foto dos vencedores do Prêmio Kikito, foi estendida uma faixa com os dizeres: “Pelo cinema LGBT”.
Desde que assumiu seu mandato, Bolsonaro tem criticado diretamente a produção de cinema nacional e ameaçado influenciar diretamente quais filmes podem ou não captar recursos públicos. Em “live” publicada nas redes sociais no dia 15 de agosto, ele disse que o governo “garimpou” filmes com a temática LGBT que estavam prontos para captar recursos via leis de incentivo e determinou que não sejam liberadas verbas para os filmes — a captação de recursos por meio de leis de incentivo é feita junto a iniciativa privada, que pode abater os valores investidos na hora de pagar impostos.
A Carta de Gramado — documento que tradicionalmente é lido ao final do festival –, assinada por 63 entidades, destacou a importância do cinema para a cultura e autoestima de um país, assim como sua relevância na economia nacional.
“Repudiamos qualquer ataque a qualquer tipo de censura que atenta à liberdade de expressão e fere os preceitos constitucionais garantidos pelo Art. 5º da Constituição. Nossa cadeia produtiva é dinâmica e movimenta mais de R$ 25 milhões por ano, representando 0.46 do PIB brasileiro. Tem uma taxa de crescimento de 8.8 ao ano e é responsável por mais 330 mil empregos. Garantir o audiovisual fortalecido e livre é fundamental para a soberania nacional”, diz um trecho da carta.


Comentário:
O fato que mais me indignou nessa situação toda, foi que as pessoas que protestavam estavam simplesmente pedindo liberdade de expressão no país, que inclusive é uma coisa extremamente importante, principalmente no momento que o Brasil está vivendo. Eles não estavam atacando ninguém, não estavam defendendo nenhum lado político, só estavam reivindicando de um direito necessário.
Além disso, eu fico indignada com o quanto às pessoas estão cada vez mais desrespeitando a opinião alheia e estão tratando os artista de forma desrespeitosa, como se não fossem trabalhadores que pagam impostos, contribuem para o país como outro trabalhador qualquer. Além disso, elas estão recorrendo a agressão e, gratuitamente, estão atacando os outros que pensam diferente delas, o que é errado, pois tudo pode ser resolvido no diálogo e não na discussão.
O protesto que ocorreu foi importante, pois foi uma maneira que eles encontraram para representar a voz de muitas pessoas diante de câmeras, e diante de muitas pessoas influentes no Brasil.
Eu espero que em festivais futuros mais pessoas se mobilizem por uma causa, e não ocorra nenhum tipo de agressão.  
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