Protestos no Chile
são 'atos terroristas', diz Bolsonaro
O presidente Jair
Bolsonaro chamou de "atos terroristas" os protestos que têm ocorrido
no Chile, que começaram na semana passada e já deixaram 18 mortos e 535
feridos, além de 2.410 detidos.
Bolsonaro afirmou
também que as tropas brasileiras têm de estar preparadas para fazer a
manutenção da lei e da ordem no Brasil. No Chile, o presidente Sebastian Piñera
mobilizou as Forças Armadas para reprimir as manifestações, o que não ocorrida
desde o final da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
As declarações
foram dadas na noite de quinta-feira (24) em Pequim, onde Bolsonaro se encontra
com o presidente chinês, Xi Jinping, na manhã desta sexta (25).
"Praticamente
todos os países da América do Sul tiveram problemas. O do Chile foi gravíssimo.
Aquilo não é manifestação, nem reivindicação. Aquilo são atos terroristas.
Tenho conversado com a Defesa nesse sentido. A tropa tem que estar preparada
porque ao ser acionada por um dos três Poderes, de acordo com o artigo 142,
estarmos em condição de fazer manutenção da lei e da ordem."
O artigo 142 prevê
que as Forças Armadas destinam-se "à defesa da Pátria, à garantia dos
poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da
ordem."
Bolsonaro disse que
possui "informes de possíveis reuniões de atos preparatórios para
manifestações não legais", mas não especificou quais são esses protestos,
quem são os responsáveis e quando aconteceriam.
"Tem
manifestações que são legais, tudo bem. Quando você reivindica respeitando o
direito do próximo", disse, durante conversa com jornalistas.
Comentário:
Sinceramente, por mais que os protestos no Chile
estejam tomando um rumo ruim por terem se tornado violento, não acho que seja
certo o presidente se referir a uma forma de expressão do povo como “atos
terroristas”.
Apesar de necessário, o ideal seria que o
protesto não chegasse ao ponto que chegou envolvendo até mortes. Contudo, na
história de qualquer país, infelizmente, muitas vezes as mudanças ocorrem
depois de movimentos nem sempre tão pacíficos.
É necessário que um presidente respeite a
história de um país e não simplifique tudo como o nosso costuma fazer. Espero
que o país consiga sair desse momento com a sua democracia fortalecida.