Com menor índice em
16 anos, vacinas que deveriam ser aplicadas em crianças ficaram fora da meta em
2017
A vacinação de crianças menores de um
ano teve seu menor índice de cobertura em 16 anos. Segundo dados do Programa Nacional
de Imunizações do Ministério da Saúde, nos últimos dois anos a meta de ter 95%
da população-alvo vacinada não foi alcançada.
Dentre as vacinas do calendário
infantil, apenas a BCG teve índices satisfatórios em 2016 e 2017. A vacina
Tetra Viral, que previne o sarampo, caxumba, rubeóla e varicela, apresenta o
menor índice de cobertura: 70,69% em 2017. Seguido da vacina de Rotavírus
Humano que ficou 20% abaixo da meta.
Cobertura vacinal no Brasil
Evolução por tipo de vacina e ano desde
2011, segundo percentual de imunização da população. Meta é cobertura mínima de
95%.
Para Carla Domingues, , coordenadora do
Programa Nacional de Imunizações, fatores como a erradicação de algumas doenças
podem passar uma falsa sensação de tranquilidade para as pessoas que não
viveram epidemias ou surtos de doenças como sarampo e poliomelite.
"Quando você tem 29 anos sem
sarampo, por exemplo, a população parece achar que essas doenças não são mais
importantes. As pessoas não veem mais casos delas", analisa.
O retorno de doenças erradicadas é a
principal consequência da queda da cobertura vacinal e poderia desencadear um
problema maior de saúde pública: "A sociedade como um todo precisa
entender que foi feito um esforço muito grande para colocarmos tudo isso a perder
e termos mortes por doenças que não estavam mais aqui".
"Também é preciso lembrar que
essas doenças têm sequelas absurdas: cegueira, surdez, sequelas motoras e de
aprendizado. Um conjunto de problemas de saúde que não temos mais e que podemos
voltar a ter por achar que a vacina é uma coisa irrelevante".
Queda em 2017
A taxa de vacinação em crianças menores
de um ano poderia ser considerada estável na maioria dos casos até o ano de
2015, quando os índices ainda estava satisfatórios, mas já apresentavam queda.
Em 2016, seis vacinas do calendário
infantil ficaram abaixo da meta. Em 2017, todas as vacinas do calendário
infantil estão abaixo da meta de 95%.
Segundo o Ministério da Saúde, o
calendário de vacinação em crianças menores de um ano prevê a cobertura de
doenças como: tuberculose, hepatite B, difteria, tétano, coqueluche, meningite
e infecções por HiB, poliomielite, pneumonia, otite, diarreia por rotavírus e
hepatite A.
O calendário extenso, um benefício do
avanço da medicina e dos programas de vacinação, pode ser entendido também como
um fator da diminuição da cobertura. O Ministério da Saúde só contabiliza como
vacinação completa quando todas as doses necessárias foram tomadas, o que não
acontece em muitos casos.
"A organização do serviço de saúde
é uma questão. Muitos pais estão trabalhando no horário que o serviço de saúde
atende. É preciso rever isso. E com o sucesso das vacinas, o calendário ficou
grande para cumprir. Com isso, há quem priorize uma ou outra. As que ainda
circulam e se ouve falar mais acabam tendo maior cobertura", explica
Carla.
Poliomelite
A vacina da Poliomelite alcançou 77% da
cobertura em 2017. Até 2015, costumava apresentar índices acima dos 95%
recomendados pelo Ministério. O único estado brasileiro a atingir a meta em
2017 foi o Piauí. O Amapá teve o menor índice com 60,30%.
O Brasil não tem casos de poliomelite
desde 1989, quando a doença foi considerada erradicada pela Organização Mundial
da Saúde nas Américas.
No dia 9 de junho, a OMS reportou um caso
de poliomelite em uma criança indígena de dois anos no leste da Venezuela depois de 29
anos da erradicação na região. Como existe o risco de importação da doença de
regiões onde o vírus ainda circula, é importante manter as metas de vacinação
estabelecidas.
'Não podemos
negligenciar'
Para Carla, é importante que haja uma
conscientização dos pais: "A geração que não leva os filhos para se
vacinar é uma geração que foi beneficiada pelo sucesso da campanha de
vacinação. Não podemos negligenciar com nossos filhos".
Ela também alerta sobre a disseminação
de notícias falsas sobre as vacinas e supostos efeitos adversos. Para Carla, a
população precisa entender que os benefícios da vacina são superiores a
possíveis reações: "No caso da gripe, por exemplo, 1 a cada 3 milhões pode
apresentar reação. Você não morre de vacina da gripe, mas temos 43 crianças
mortas por gripe".
O número de mortes
relacionadas à gripe dobrou no país em relação aos seis primeiros meses do
ano passado. De janeiro a junho deste ano, 2,7 mil pessoas foram identificadas
com a doença e 446 morreram. Em 2017 eram 1,2 mil registros de influenza e 204
mortes.
"É um caminho perigoso achar que
vacina faz mal para a saúde. As vacinas foram responsáveis por um impacto de
diminuição da morte infantil. Se pararmos de vacinar, nossa taxa de mortalidade
infantil voltará a ser escandalosa. É um ganho da sociedade ter um programa
como o nosso, com 14 vacinas disponíveis gratuitamente", diz Carla.
Segundo ela, o Brasil não tem problemas
de desabastecimento de doses de vacina. As vacinas de poliomelite e sarampo,
que tiveram grande queda a partir de 2016, nunca faltaram no estoque nacional:
"Pontualmente os laboratórios podem ter problemas de produção, mas não
tivemos desabastecimento anual. Nunca faltou algum tipo de vacina um ano
inteiro".
https://g1.globo.com/bemestar/noticia/com-menor-indice-em-16-anos-vacinas-que-deveriam-ser-aplicadas-em-criancas-ficaram-fora-da-meta-em-2017.ghtml
Comentário:
A
vacinação é muito importante, para a saúde da população. A partir do momento
que pessoas deixam de ser vacinadas, elas são expostas a milhares de riscos,
pois a vacina é uma prevenção de doenças.
Uma
pessoa não querer se vacinar, em minha opinião é burrice, pois a vacina é a
introdução do vírus inativo em nosso organismo, fazendo com que nossas células
defensoras, ajam mais rápido, e mais certamente, fazendo com que o vírus não se
espalhe.
Se
você não tomar a vacina, seu organismo não estará preparado quando realmente
for infectado e a chance de você ficar doente, é extremamente maior. Sendo que
as chances do seu organismo pensar que é a verdadeira doença é raríssima. Então
não existe motivo para se ter medo da vacina.
As
pessoas que hoje não levam seus filhos para tomarem vacina, são as que tomaram
e se aproveitaram das campanhas que hoje são tão conhecidas por todos.
Isso
é muito estranho, ver que hoje, acreditam que não devem dar vacina em seus
filhos, logo nosso país que sempre fez campanhas importantes e que tiveram um
sucesso enorme!