segunda-feira, 2 de julho de 2018

Ética e cidadania-2º bimetre


Equipe da PUC-Rio é punida após denúncias de racismo em jogos jurídicos
A Liga Jurídica Estadual do Rio de Janeiro puniu a Atlética de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (Puc-Rio) depois de denúncias de racismo envolvendo alunos da faculdade de direito durante os Jogos Jurídicos Estaduais de 2018 ,em Petrópolis, na Região Serrana do Rio. A polícia investiga o caso.

Os episódios

Segundo a liga, foram três os episódios denunciados envolvendo alunos que fariam parte da torcida da Pontifícia Universidade Católica do Rio.

No sábado (2), depois da partida futebol entre PUC-Rio e UCP, uma integrante da torcida da PUC teria jogado uma casca de banana na direção de um atleta negro da UCP.

No domingo (3), após a final do basquete masculino entre PUC-Rio e UERJ, integrantes da torcida da PUC-Rio imitaram macacos diante dos torcedores negros da UERJ e, mais tarde, torcedores da PUC-Rio, novamente, teriam chamado uma atleta de handebol da UFF de macaca.

O estudante de Direito da Uerj, Lucas Ferreira, de 22 anos, contou que presenciou o momento em que alunos da PUC teriam imitado macacos para ofender torcedores negros da Uerj e foi um dos que fez a denúncia à atlética da universidade.

"Estava na arquibancada entre as duas torcidas. Durante o jogo, a torcida da Uerj cantou 'PUC racista' mais de uma vez, em função do episódio da banana, no dia anterior. A torcida da PUC se direcionava para a saída, comemorando, quando dois integrantes da delegação começaram a imitar macacos, com gestos de bater no peito e sons de 'uh uh uh'. Aí os denunciei para a atlética da Uerj", disse Lucas.

O G1 conversou também com a aluna de Direito da Uerj Brenda Uzeda, que presenciou um dos atos de racismo praticados por universitários da PUC-Rio. A universitária, que faz parte de outros movimentos como o Coletivo Negro Patrice no Lumumba e da Campanha Jogos Sem Racismo, disse que o clima na delegação “era de morte” após o ato.

“No final da partida, a torcida da PUC se encontrou com a torcida da Uerj na saída e um garoto fez um gesto e barulho de macaco em direção a torcida da UERJ. Os seguranças chegaram e tiraram a torcida da PUC do local. A torcida da Uerj começou a chamar a torcida da PUC de racista”, disse Brenda.

“Eu me senti constrangida, o clima da minha torcida era de morte, não tinha uma pessoa que não tivesse chorando. Fomos explicitamente atingidos. Para mim, não foi novidade. A PUC-Rio demonstrou nos Jogos Jurídicos um substrato de uma sociedade racista”, afirmou.

Uma aluna do 9º período do curso de direito da Uerj, que preferiu não se identificar, vai aos jogos desde 2013 e disse que houve uma melhora significativa nos cantos de torcida da PUC. A estudante, que fez um período do curso na universidade católica antes de ingressar na Uerj, também contou que se sentia incomodada com os cantos preconceituosos.

"A torcida da PUC melhorou muito. Até 2014, a PUC cantava músicas surrealmente racistas, eu me sentia muito desconfortável. Sendo que a atlética de direito da UERJ era chamada de Congo, navio negreiro, justamente porque foi a primeira a ter cotas e, consequentemente, mais pessoas negras na universidade. Foi assim que a torcida resolveu abraçar o termo e se autointitular assim mesmo", contou a estudante de Direito, de 23 anos.

Punições

Segundo a Liga Jurídica Estadual, a PUC do Rio foi punida com a perda de pontos e acabou o perdendo o título de campeã da competição neste ano e a atlética da universidade não poderá participar dos Jogos Jurídicos Estaduais do Rio de Janeiro em 2019.

As investigações estão a cargo da 105ª Delegacia de Polícia, que busca informações que possam levar os agentes aos suspeitos de envolvimento nos casos de injúria racial.

Nas redes sociais, universidades fundadoras da Liga, responsável pelos Jogos Jurídicos Estaduais do Rio de Janeiro, publicaram uma nota da organização de repúdio aos casos de racismo e enumerando as punições aplicadas à PUC do Rio.

Nota de repúdio da Liga Jurídica Estadual e com as punições aplicadas à Puc do Rio

O movimento Jogos Sem Racismo, formado por estudantes negros de universidades do Rio, publicou uma nota na rede social, explicando os casos, repudiando as ações e cobrando medidas da LJE, que acatou as demandas do movimento com as punições à PUC do Rio.
https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/equipe-da-puc-e-punida-apos-denuncias-de-racismo-em-jogos-juridicos.ghtml
Comentário:



Ao ler esta reportagem fiquei muito impressionada com o ocorrido, pois o crime foi cometido por jovens que estão fazendo faculdade de Direito! Como assim? Como estudantes de Direito tem esse pensamento preconceituoso?

Se meu avô falasse esse tipo de coisa, por mais que eu ache um absurdo, eu entenderia pelo simples fato de ele ter vivido em uma época diferente da nossa e ter crescido aprendendo esse tipo de coisa, porém, estamos no século XXI, como pode ainda existir isso? Isso deve acabar!

Esses universitários serão o futuro da advocacia do Brasil!  Como seres humanos que descriminam outros seres humanos pela cor, poderão ser juízes um dia?!

Como meu irmão estuda na PUC, ele me contou que outros alunos da universidade colaram papéis contra o racismo pelo prédio da faculdade de Direito e os estudantes de direito amassaram os papéis e jogaram no chão, mostrando não ter nenhum arrependimento, ou até mesmo, respeito.

Acho uma vergonha o que aconteceu. Eu não aceito e nem nunca vou aceitar o racismo, pois acredito, e eu estou certa, que uma pessoa não pode ser humilhada, reduzida ou até agredida por ser negra, pois eu aposto que essas pessoas que sofreram a vida toda por serem negras, tem um caráter MUITO melhor do que de todas as pessoas que foram racistas.