quarta-feira, 12 de abril de 2017

Educação- 1º bimestre 2017



Enem: a redação nota mil de um jovem com deficiência auditiva

RIO - O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou nesta terça-feira o espelho das redações do Enem 2016. Nesta edição, apenas 77 estudantes tiraram 1000, a nota máxima. Um deles foi Bernardo Lucas Piñon de Manfredi, de 19 anos, que passou para o curso de Filosofia na UFRJ e para a PUC-Rio, em 2º e 4º lugares.
A história de Bernardo, que optou pela PUC, impressiona não só pelas excelentes colocações e a nota em redação, mas também por ser um exemplo de superação. Ainda recém-nascido, ele foi o único que sobreviveu a uma infecção hospitalar que matou mais de 90 bebês em uma maternidade de Cabo Frio, na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro. Ficou, no entanto, com sequelas: perdeu a audição e tem problemas motores nas mãos e nos braços.
Aluno de escola pública no Ensino Fundamental viu sua vida escolar mudar depois de conseguir uma bolsa para estudar no Colégio Palas, na Tijuca. Lá sempre foi incentivado pelos professores a dar o seu melhor.
Na última edição do Enem, Bernardo escreveu sobre intolerância religiosa. Leia o texto abaixo.

Redação de Bernardo Lucas Pinñon de Manfredi, nota 1000 no Enem 2016
Sob o olhar das raízes
O Brasil é mundialmente reconhecido por sua diversidade religiosa. Ao longo da sua formação e com as influências externas e internas, o país tornou-se um grande exemplo de miscigenação, evidenciando a sua riqueza cultural. Porém, apesar desses fatos, o Brasil sofre com um grave problema de intolerância religiosa, formado pelo reflexo de uma filosofia etnocêntrica marcada nas raízes da sociedade brasileira. Como combater esta realidade que implica na harmonia?
Primeiramente, é preciso entender que a intolerância religiosa começa na educação, ou seja, na falta de conhecimento das religiões. As famílias costumam seguir as religiões tradicionais, no caso o cristianismo, e adotam uma filosofia etnocêntrica. Essa adoção é influenciada por preconceitos históricos, como racismo, e baseada num processo radical de "cristianizar" o Brasil. A partir disso, todas as outras religiões são consideradas inferiores e acabam sofrendo um total desrespeito, sendo vítimas de violência.
Além disso, é necessário analisar o choque entre o Estado laico e o conservadorismo social. Apesar de o cidadão ser constitucionalmente livre para escolher sua religião, os conservadores (muitos deles políticos, padres e pastores) obrigam que tal indivíduo siga o ritual referente, e pior, pregando atos fundamentalistas e modificando a conduta dos fiéis. Há também uma silenciosa mistura de política com religião, fazendo instensificar a intolerância por meio de discurso preconceituoso e desmoralizador que afeta o olhar para as diferenças e o convívio entre elas.
Diante desse grave cenário é possível compreender que a instolerância religiosa no Brasil está enraizada e deve, portanto, ser combatida. É necessário implantar o ensino de religião em todas as escolas de fundamental e médio formando os jovens dotados de conhecimento sobre a diversidade religiosa no país e assim ajudar a combater a intolerância. Além disso, deve-se criar ONGs de parceria com o Estado e a Unesco, fazendo valer a laicidade e fornecer projetos culturais que influenciem um novo olhar das pessoas, entendendo melhor as diferenças, e assim combater o radicalismo que tanto prejudica a harmonia da sociedade.
http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/enem-e-vestibular/enem-redacao-nota-mil-de-um-jovem-com-deficiencia-auditiva-21198208
Comentário:
Mesmo vendo que esta matéria era do ano passado, quis fazer porque  adorei saber que um deficiente auditivo conseguiu a nota máxima de Redação no Enem, que é uma das matérias que tem maior influência sobre a escolha da faculdade.
Eu fiquei muito feliz também, porque na reportagem ele comenta que mesmo tendo estudado todo o Ensino Fundamental em colégio público, onde, infelizmente, o ensino não é tão bom, ele conseguiu atingir seu objetivo, passar para uma faculdade com uma ótima colocação.
Aí vimos que isso aconteceu porque os professores o incentivaram a todo momento, quando conseguiu uma bolsa para estudar num colégio particular. Só que se pararmos para pensar, ele fez toda a base do seu ensino em colégio público!
É muito legal que um deficiente auditivo possa ter tantas oportunidades quanto um pessoa sem alguma deficiência. Além disso, deu para ver que esse aluno conseguiu aproveitar suas chances e acabou abusando delas... HAHAHA
Se todo mundo tiver oportunidade, se os direitos forem dados a todos, teremos muitos mais meninos e meninas que são deficientes ou que estudam em escola pública, entrando nas faculdades.  

Política -1º bimestre 2017



Brasil ocupa 115º lugar em ranking de mulheres na política

No Parlamento brasileiro, há somente 10% de mulheres. A média mundial subiu de 12,7%, em 1990, para 23%, em 2016


O Brasil ocupa a 115ª posição no ranking mundial de presença feminina no Parlamento dentre os 138 países analisados pelo Projeto Mulheres Inspiradoras (PMI). com base no banco de dados primários do Banco Mundial (Bird) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O Ranking de Presença Feminina no Parlamento 2017 foi divulgado hoje (30).
As nações que apresentam maior percentual de mulheres no Parlamento são Ruanda (63,8%), Bolívia (53,1%), Cuba (48,9%), Islândia (47,6), Suécia (43,6%), Senegal (42,7%), México (42,4%), África do Sul (41,8%), Equador (41,6%) e Finlândia (41,5%).
No Parlamento brasileiro, há somente 10% de mulheres.
Os Estados Unidos detêm a 74ª colocação, com 19,4% de mulheres no Parlamento.
O estudo indica que a participação de mulheres no Parlamento federal brasileiro cresceu 87% entre janeiro de 1990 e dezembro de 2016, passando de 5,3% para 9,9%, superando em 6% a média de crescimento mundial no período.
A média mundial subiu de 12,7%, em 1990, para 23%, em 2016.
Apesar desse resultado, o Brasil ficou na 97ª posição entre os países que mais elevaram a participação de mulheres no Parlamento.
Mesmo que a participação feminina na política brasileira mantenha expansão média de 2,7% ao ano, como a verificada entre 1998 e 2016, a organização não governamental PMI sinaliza que o Brasil só deverá alcançar a igualdade de gênero no Parlamento Federal em 2080.
O Brasil enfrenta 30 anos de atraso porque até hoje não atingiu a média mundial de 1990 (12,7%) de representantes femininas no Parlamento.
Na comparação, o Brasil se aproxima dos países do Oriente Médio e do norte da África (8,9%) e dos países árabes (9,5%).
De acordo com o estudo, 121 dos 138 países têm alguma cláusula de gênero em sua Constituição ou algum tipo de cota para mulheres.
O Brasil está entre eles e, mesmo assim, se situa atrás de nações em que o papel político feminino é bem reduzido, como o Afeganistão, que tem 28% de mulheres no Parlamento, contra 10% no Brasil.

http://exame.abril.com.br/brasil/brasil-ocupa-115o-lugar-em-ranking-de-mulheres-na-politica/

Comentário:

Ao mesmo tempo em que eu fico super triste em saber que o Brasil tem tão poucas mulheres no parlamento, fico super feliz que em outros lugares a participação da mulher cresceu tanto.
Mas todos sabem que o Brasil precisa de mais representantes das mulheres, talvez se tivéssemos mais mulheres, tantas coisas que estão acontecendo poderiam ser evitadas.
Infelizmente aqui no Brasil até cinco mulheres são agredidas em 2 minutos, e o pior de tudo é que elas guardam isso para si.
Para mim, tem que aumentar muito o número de mulheres no parlamento, porque talvez só elas saibam o que muitas brasileiras estão sofrendo em suas próprias casas e talvez só elas saibam como mudar isso e dar mais voz as mulheres brasileiras.